Vamos falar sobre política?

Estou engasgada com esse texto há tempos, mas a falta de tempo me privava em colocar em pauta as linhas que seguem no meu pensamento. Eis aqui eu e vamos lá.
Com as eleições chegando mais uma vez, neste ano de 2016, a rotina eleitoral com a qual estamos acostumados aqui no Parque das Missões também vem com tudo. São sempre os mesmos clichês: Pessoas que você nem imaginava que existiam aparecem com os mais belos sorrisos (ou não) estampados na cara, com seus rostos em cartazes visivelmente retocados com photoshop que, como sempre, poluem a vista de quem passa e olha que esse ano não estamos tendo tanta poluição visual pela cidade. Agradecida tá?
Sozinhos ou em colagens toscas junto de políticos ou figuras de maior importância que, aparentemente, assim como nós, também não sabem ao certo quem são essas pessoas.
“Até entendo que [os candidatos] têm que fazer a divulgação deles, mas é complicado”, disse o estudante  Matheus, sobre a forma como são vinculadas as propagadas politicas e esse vai ser a primeira vez que Matheus e tantos outros jovens vão votar.
Não é novidade para ninguém, aqui no Brasil, que nossa política não tem uma credibilidade das melhores com o nosso povo. E isso também acontece onde eu moro; onde diferentemente de como alguns ainda pensam, não somos apenas um conjunto de pessoas que só pensam em funk, bandidagem e similares. Temos sim, pessoas de opinião. Só não sei ao certo quantos, é claro, assim como em qualquer lugar. Quando pergunto para alguns dos meus amigos sobre os candidatos, a maioria não têm muito interesse, assim como eu, em quem vai ser vereador ou prefeito.
“Vou votar é nulo como sempre. Esse pessoal só lembra daqui nessa época. Quando acaba a eleição, eles somem todos”, me contou Regina, uma das moradores e coordenadoras do Apadrinhe um Sorriso na comunidade do Parque.
E indiferente ao desinteresse de minha parte e de alguns amigos, existem rostos conhecidos por aqui, claro: líderes comunitários, pastores, e similares que por algum motivo acabam tendo seus nomes citados entre conversas por um número bem maior de pessoas, se comparado a esta mortal que vos escreve. Senão, não fariam seu investimento com propaganda em uma área como essa, ora bolas.
O que vejo são algumas caras nada novas pairando por aqui. Candidatas usando imagens de cinco anos atrás e falando que a comunidade está dessa forma (Risos meus aqui), ex-prefeito que se recusa a colocar os lindos pezinhos no barro derretido da sub área do Parque, mas exige seu voto com a arrogância que lhe é características, candidatas fazendo carretas em motos pilotadas por "jovens nada corretos" (fica aqui uma dica para se refletir no que estou dizendo) e nisso os tontos (nós) somos sugados pela maquina de fazer politicagem barata e ganhe quem ganhar continuaremos sendo ignorados.
Eu sou a tia má mesmo. Não associou meu nome e nem o meu trabalho com nada que venha de política partidária e tenho plena consciência que perco com isso, pois nesse mundo de cão quem tem padrinho politico não ficar ao relento, mas sou daquela que prefiro dormi na chuva do que vender minha alma ao demo.
Ficar aqui o registro de um livro que li e sempre é bom voltar para ele em momentos de promessas (https://books.google.com.br/books?id=0ACbCgAAQBAJ&pg=PA393&lpg=PA393&dq=agora+os+politicos+lembram+da+minha+favela&source=bl&ots=fnGgwqb-4n&sig=HhTSZBXOrtfw3ja0xKCv-PNRTf0&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj45IqrsJLPAhUGFZAKHbGCCu8Q6AEILDAC#v=onepage&q=agora%20os%20politicos%20lembram%20da%20minha%20favela&f=false)...
Enquanto isso eu lembro da palavra do senhor André secretário de cultura de Caxias, quando promovemos na favela uma festa literária: "não se pode fazer nada pelo Parque. Aqui não é uma favela estratégica".
Caro senhor reveja seus pensamentos, pois tem muitos ai lutando por esses votos e não pensando nessa dita estratégica e enquanto isso temos ainda que ver essas imagens sendo reprisadas cotidianamente.




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