Parque Limpo: "Missão Comprida"

O Teto em parceria com os moradores da subárea do Parque, mais conhecida como Colômbia estão trabalhando para conseguirem por meio de várias iniciativas acaba com o lixo com trabalho focado em educação ambiental e sustentabilidade.

Esse trabalho é focada na participação de moradores. Voluntários do Teto sozinho não tem condição de desenvolver qualquer tipo de trabalho, pois esse trabalho é focado na participação desse sujeitos, que para além de conhecerem esse território, trabalham, estudam e vivem socialmente dentro desse espaço.

Falar de participação é transitar num terreno sobre o qual muito se fala, mas pouco se compreende, em seus aspectos mais profundos. Conforme Souza (1996, p. 81), “[...] a participação é linguagem comum nas diversas camadas da população [...]. Assumir a perspectiva da participação exige, antes de qualquer outra atitude que se examine: participação por quê? Em função de quem? O que é mesmo participação?”

Optar por alguma forma de participar é realizar uma escolha a respeito de que sociedade valorizamos e que comunidade queremos. Se temos em mente – o que é o nosso caso, como moradores – que a sociedade opressora e desigual em que vivemos precisa ser transformada e que a autonomia do coletivo precisa ser fortalecida, decidir por uma participação imposta, por exemplo, seria, no mínimo, contraditório. Como agentes interno da comunidade, devemos conjugar participação provocada e participação voluntária, no sentido de fortalecer atividades comunitárias já desenvolvidas. 

Projetos como a mesa do trabalho (modelo de trabalho do Teto nas comunidades que visa trabalha com projetos dos moradores) são importante no sentindo, que possibilita mostra que cada um ali é importante para fazer acontece projetos bons para todos da comunidade. Ter consciência que os agentes transformadores somos nos os moradores fomenta em cada um a importância de fazer acontece os projetos, que antes colocávamos como somente obrigação do poder público. Como exigir do Estado uma ação se nem sabemos como procede?

A conscientização é tema constante na obra de Paulo Freire. Apesar de não ser de sua autoria, foi em seu trabalho que tal termo ganhou notoriedade. O pedagogo define conscientização da seguinte forma: “[...] tomar posse da realidade [...], é o olhar mais crítico possível da realidade, que a „des-vela‟ para conhecê-la e para conhecer os mitos que enganam e que ajudam a manter a realidade da estrutura dominante” (FREIRE, 1980, p.29). Como percebemos, essa definição extrapola uma dimensão apenas cognoscitiva, um conhecer melhor a realidade, pois traz consigo uma concepção política, qual seja, a da sua transformação.  

Mas os moradores já não sabem que o lixo prejudica sua vida e sua saúde? Saber sabem, mas em muitos casos não tem a dimensão do quanto são prejudicados por esse lixo. Quando começam o envolvimento o que mais vemos é a vontade de fazer acontece. Claro, que o envolvimento não surge de um dia para o outro. Pelo contrário. Trabalho de formiguinha não define as dificuldades de fazer acontece ações simples como uma reunião com a presença de mais de seis moradores em um conjunto de mais de 300 famílias domiciliando na Colômbia do Parque e sabemos, que a origem dessa não participação perpassa por anos de abandono e do não acredita no seu próprio potencial.

"Saber, que algo tão simples quanto ouvir o outro pode acaba com os ratos da minha casa é com certeza o motivo que me faz sair de casa. Nem sempre posso fazer algo assim, mas se eu não buscar por mim e pelos meus vizinhos como conseguir mobiliza mais pessoas?"

A fala da Bruna mostra, que o caminho é cheio de pedras, mas pode ser traçado e vencido. Assim, podemos compreender que, pelas interações que Bruna e outros moradores estabelecem com sua realidade material, exercendo a função de “responsável pelo projeto”, há um impacto profundo no jeito como ele se percebe. Atuando dessa forma, passa a não mais se perceber apenas como mais um participante de um grupo que buscar algo melhor, mas demarca esse momento como o de uma passagem para tornar-se uma liderança comunitária. 

Esse trabalho rendeu fruto e hoje temos a possibilidade real de fazer mais do que falar e partir para a ação e eis o ganho do edital do Funteto. Edital do Teto, que contribui com uma porcentagem para fazer acontece um dos projetos dos moradores. O Teto entra com 60% (3 três mil), parceria com 30% (Sarau de Poesia entrando com dois mil) e moradores entram com 10% (em torno de R$600).
O ganho proveniente do Funteto possibilita mostra, que existe muito mais do que mera conversa e sim um plano real de ação, que vai possibilita que o lixo tenha um destino adequado e não seja mais jogado tanto no valão quanto nas ruas e becos da comunidade.

Vamos acompanhando e vendo o que de melhor podemos fazer para transforma o Parque em um espaço limpo e ter como diz o nome do projeto escolhido pelos moradores uma "Missão Comprida".




Imagem tirada por voluntária do Teto.

Imagem tirada por voluntária do Teto















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