21 dias de Ativismo contra o Racismo.
Precisamos nos alimenta com informações e estreita nossas relações. Seguindo esse mantra, que hoje iniciei uma série de rodas de conversa com os meus jovens do Apadrinhe um Sorriso. O convidado de hoje foi Thainã Medeiros do Coletivo Papo Reto.
O resultado meu irmão foi maravilhoso.
O VELHO PRÍNCIPE
Quando menino achava que o planeta se chamava terra porque as ruas não tinham asfalto. Um lugar sem castelos, e o universo era grande porque havia a rua de cima e a rua de baixo.
A infância era um tempo em que o peito se enchia de estrelas e não havia escuridão em nossos olhos.
Os dias foram passando e apesar dos pés pequenos fui caminhando outras ruas, desbravando outros bairros, pisando outros chão. E por não aceitar que o mundo era pequeno, e ter um coração que nunca foi pobre, quando dei por mim já estava cheio de sonhos de mundo. Sonhos de humanidade.
Já viajei muitas vezes para dentro, um lugar longe também, e muitas vezes não soube como voltar. Acho que depois que a gente cresce, fica pequeno.
Muito além de ser o pequeno príncipe descobri que nenhum lugar ou distância, é maior que o meu desejo de sonhar. Sonhos, quem tem sabe, são passagens só de ida.
Sou grato por onde pisei, onde piso, e a todos os lugares que um dia estarei, grandes ou pequenos, mas também aprendi que sagrados são meus pés. Porque descalços ou não, me ensinaram a caminhar.
Caminhando aprendi a fotografar com o coração, e tudo que vi por ande andei, abracei com os olhos para que nenhuma lembrança se perdesse dos meus braços.
Que nunca sonhou um dia ser Nau sem rumo?
Quando escrevo é como se andasse de trem, o último ônibus que nos leva pra casa depois do trabalho ou depois do último gole.
Liberdade é ir e saber voltar.
Outro dia, voando sem asas num poema, senti que meu coração é cheio de pássaros, por isso nunca me dei bem com gaiolas.
Muito além dos contos de fadas, quando volto para casa, me sinto um velho príncipe de lugar nenhum, apenas rei do meu destino.
E no meu reino cada um é responsável por aquilo que cultiva.
Cultivo sonhos.
sergio vaz
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