As Terezas, Dandaras, Marias, Cidas resistem e persistem

Começo esse texto pensando em uma frase de uma menina de onze anos: “quando me descobri negra, me descobri guerreira” - Mirian de Paula (criança do projeto social Apadrinhe um Sorriso).
Nós mulheres negras vivemos cada dia uma luta diferente. Lutamos por direitos básicos, como assumir nossa estética enquanto pertencimento da nossa identidade e com isso o nosso cabelo, nariz, cor são nossas espadas no enfrentamento do racismo que se faz presente cotidianamente em meio as linhas do viver em uma sociedade cuja prática é ser racista em tom de chacota e cuja resposta da justiça é não reconhece essa prática enquanto algo real, concreto e que nos causa dor.
Lutamos por sermos acolhidas quando parimos, quando enterramos nossos filhos, quando entramos no mercado de trabalho e nossas lutas são para que esses direitos, que para muitos parece ser algo certo para nós mulheres negras é uma prática de luta. Resistimos o tempo todo e o dia Internacional da Mulher Negra, Latina Americana e Caribenha é o nosso momento de mostrar que as Dandaras, Terezas, Marias, Cidas e tantas outras resistem enquanto sujeitas de direitos. Não somos coisas!
Sororidade é uma palavra não reconhecida por muitas pretas, pois os movimentos feministas brancos não nos representam em muitos momentos e trazendo para o contexto do Brasil a desigualdade entre mulheres brancas e negras é grande: no Brasil, mulheres brancas recebem 70% a mais do que negras, segundo a pesquisa Mulheres e Trabalho, do IPEA, publicada em 2016.
Em um contexto de tanta violência, mulheres negras são mais vítimas de violência obstétrica, abuso sexual e homicídio – de acordo com o Mapa da Violência 2016, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013 (enquanto os casos com vítimas brancas caíram 10%).
Viver o dia 25 de julho é refletir nas tantas conquistas e nas lutas, que ainda vamos travar por reconhecimento de direito e o Feminicidade visa com esse vídeo ser parte dessa luta e mostra que é possível sermos amadas, donas de nós, donas do nosso corpo e como bem disse Marielle: a revolução vai ser feminista e precisa ter nossa cor.


Fonte dos dados site Geledes*

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