Ser poético


Olhando para as paredes da minha casa só vejo jogo de sombras.
As janelas abertas mostram o riso dos pássaros.



Na casa da vizinha começa o movimento dos baldes d’agua

Vizinhos batendo o ombro ao passa pelo portão na buscar pela água preciosa.

O balde desce e sobe, sobe,
Nas gotas que escapam pelo balde o brilho da esperança surge e escorre pelo piso do quintal,
Não desprezando coisa alguma
Na exaustão do seu trabalho.

Vai e vem dos passos apresados
Sempre juntos dos sonhadores
E renova o momento dos ditos não sonhadores


A água caridosa
Que se funde com o chão,
Leva o tempo, e o cansaço,
Enche baldes, lava o chão.

Os latidos silenciam na reverencia do transita dos moradores já cansados de espera.
Na vitrola do bar toca as batidas descansadas e os meninos param um pouco para ouvir e conversa.
Rua de terra batida e poeiras levantadas por cada passo recebido,
O nome da diva do dia e da noite é Regina.

Dizem que serem poéticos não existe.
Regina contradiz a lenda, pois poesia existe em cada gesto realizado por esse ser poético.  

É novo impulso a energia,
Multiplicando as estradas
De esforço e sabedoria.

A faxina, qual se chama,
Na linguagem da favela,
Tem seu símbolo profundo
Nos campos da vida eterna.

Muita gente sofre e chora,
Na dor e na inquietação,
Por nunca fazer faxina
Nas salas do coração..

Poesia de Carmem Lúcia





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